Aplacar a tempestade

Fonte: Jornal A Tribuna Regional, de Santo Ângelo/RS, edição de 12 de abril de 2013, sexta-feira. | Atualizado em abril de 2020.

Diante das mais variadas situações, em que a dor, a angústia e o desespero chegam, muitas vezes sem avisar, é imprescindível o gesto solidário das criaturas em prestar socorro espiritual e material ao próximo. E, ao lado desse apoio imediato, é preciso alimentar a força da Esperança e da Fé Realizante, que movem o ser humano a se manter sob a proteção do Pai Celestial e o estimulam a arregaçar as mangas e concretizar suas mais justas súplicas.

Reprodução BV

Mateus, Marcos e Lucas.

Nos desafios da existência, recordemos sempre as palavras de conforto e ânimo renovados de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, constante do Seu Evangelho, segundo Mateus, 8:23 a 27; Marcos, 4:35 a 41; e Lucas, 8:22 a 25. A seguir, o texto da Boa Nova unificado por Wantuil de Freitas (1895-1974):

“Aconteceu que, num daqueles dias, Jesus tomou uma barca, acompanhado pelos Seus discípulos. E eis que se levantou no mar tão grande tempestade de vento que as ondas cobriam a barca, enquanto Jesus dormia na popa, sobre um travesseiro. Os discípulos O acordaram aos brados, dizendo: Salva-nos, Senhor, nós vamos morrer! E Jesus lhes respondeu: Por que temeis, homens de pequena fé? Então, erguendo-se, repreendeu os ventos e o mar; e se fez grande bonança. Aterrados e cheios de admiração, os discípulos diziam uns aos outros: Afinal, quem é Este, que até o vento e o mar Lhe obedecem?

Tela: Rembrandt (1606-1669)

Detalhe da obra: Tempestade no Mar da Galiléia.

Enfrentar e vencer as tormentas

O que tem sido a vida humana, para muitos, a não ser o atravessar de procelas, que devemos vencer, não fugindo delas? Vejamos o exemplo na própria náutica. Durante uma tempestade com vagalhões, o comandante embica a proa do navio na direção das vagas, se ele, surpreendido pela tormenta, não pôde fugir dela. Não vira para o lado, não dá às vagas os seus costados. Senão, o barco corre o grave risco de adernar e até submergir. Assim cada um de nós tem de ser. Enfrentar as intempéries do cotidiano com o potente navio que o Celeste Navegador nos oferece, que é o nosso corpo, conduzido pelo Espírito, mesmo quando nos sentimos enfermos. Encarar a tempestade e vencê-la, derrubadas as ilusões da vida. Porque aí é possível sonhar com um mundo melhor. Iludirmo-nos é que não podemos. E, no instante em que o temporal estiver mais forte, a ponto de pensarmos que soçobraremos — ou, o que é pior, acharmos que o Competente Comandante está distraído, descansando —, tenhamos a certeza de que o Divino Timoneiro não dorme. Jesus sempre se encontra vigilante, pronto a orientar a Sua tripulação, indicando-lhe novas viagens pelo planeta inteiro, esperando que mostre a sua capacidade e perseverança.

“Por que temeis, homens de pequena fé?”

Assimilemos o quanto antes essa reprimenda justa de nosso Senhor e Mestre, pois, de qualquer forma, na hora certa, Ele vai erguer-se, repreender os ventos e o mar, e far-se-á paz nos corações.

Tudo neste mundo pode ficar fora do controle dos homens, mas nada escapa ao comando de Deus. Por isso, quanto mais perto Dele, mais longe dos problemas!

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.