Homenagem aos Pais

Fonte: Jornal O Sul, edição de 13 de agosto de 2007, segunda-feira.

O radialista Mário Augusto Brandão trouxe a mim palestras que realizei num período de 25 anos. Então, reuni alguns trechos para apresentá-los a vocês, porque procuramos de maneira ecumênica, quer dizer, universal, inspirar nossas palavras nos ensinamentos de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista. Por isso, juntamos a opinião de tantos, em função do Mandamento Novo do Celeste Educador: 

"Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros. (...) Não há maior Amor do que doar a própria vida pelos seus amigos. (...) Porquanto, da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos amo. Permanecei no meu Amor" (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35; 15:12, 13 e 9). 

No segundo domingo de agosto, comemoramos o Dia dos Pais no Brasil. 

Reprodução BV

Heinrich Vierordt

O poeta e escritor alemão Heinrich Vierordt (1855-1945) afirma: "Títulos, honras, favores humanos, tudo, tudo é pálida neblina apenas; e o único bocado sólido de sorte é a felicidade familiar".

Nessa data, firmados no exemplo do Divino Mestre, em Sua Prece Ecumênica do Pai-Nosso, não nos podemos esquecer de homenagear, inicialmente, o maior dos pais: o Celestial.

Tela: Ivan Aivazovsky (1817-1900)

Título da obra: Jesus caminha sobre a água.

Ao dedicar algumas linhas aos heróis que pelo mundo desempenham bem o seu papel de educar os filhos, faço-o com muito carinho. Minha saudação é extensiva aos que não mais se encontram neste orbe, visto que habitam agora o Plano do Espírito, como "seu" Bruno de Paiva (1911-2000). A morte não interrompe a Vida. Na Terra ou no Céu da Terra continuamos a trilhar a Existência Eterna. 

Arquivo BV

Os saudosos pais, Seu Bruno e Dona Idalina, casal-modelo na Legião da Boa Vontade, sempre deram bons exemplos aos filhos. Na foto, a singela demonstração de carinho para com o diretor-presidente da LBV.

Relacionamento entre pais e filhos

Apenas com o Amor Fraterno — passe o tempo que necessário for e superados todos os percalços — será sustentada a relação entre pais e filhos (biológicos ou do coração), mulher e marido, avós e netos, tios e sobrinhos, enfim, sólida e indestrutível, porquanto a fortaleza dessa união estará sobre o mais sublime dos sentimentos solidários.

Em sua Primeira Epístola, 4:20, 21 e 8, diz João Evangelista: "Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ora, temos, da parte Dele, este mandamento: aquele que ama a Deus ame também a seu irmão (...), porque Deus é Amor". 

Arquivo BV

Alziro Zarur

E essa assertiva de João, que se inspirou em Jesus, recorda-me uma complementação do saudoso Alziro Zarur (1914-1979) à palavra do Discípulo Amado: "E nada existe fora desse Amor". Por conseguinte, desse afeto vem a substância que percorre e mantém viva a Alma, tal como o sangue, que não permite a gangrena do corpo humano, ao espalhar vida a todas as suas partes (...). 

Na realidade, a luta é grande; os obstáculos, muitos. Diante disso, a importância de cuidarmos para que não falte aos nossos filhos o alimento material. Todavia, não nos esquecendo de os saciar espiritualmente, conforme defendemos na Pedagogia do Cidadão Ecumênico e na Pedagogia do Afeto*. 

Contudo, por que a chamamos assim? Ora, o Ecumenismo é para isso. Em vez de nos matarmos por causa de religião, de ciência, de ideologia, de filosofia, de política, de clubes de futebol, ou o que mais o seja, devemos nos unir ecumenicamente, isto é, universalmente, sem considerar a crença ou descrença da criatura humana, ou se é negra, branca, amarela, mestiça — aliás, toda a população terrena é mestiça —, e levantar quem estiver caído na vala comum da miséria física, social, moral ou espiritual. Esse é o Ecumenismo sem fronteiras que pregamos. Por isso mesmo, o do Afeto, de que andam carecendo os povos, aquele que se comove com a dor. Continua faltando Humanidade à humanidade. Você está rindo desta argumentação? Perdeu a fé nas pessoas? Desistiu de usar sua inteligência em prol de tempos melhores? Então, não se queixe da violência. E não haverá muro ou cerca eletrificada que possa salvá-lo, ou salvá-la, dessa grosseria que apavora as ruas, visto que a violência pode estar dentro de sua própria casa. Daí a necessidade do bom relacionamento na família, que é a base de uma nação.

Temos de levar adiante a Pedagogia do Cidadão Ecumênico, porque, fortalecidos no seu caráter, convictos de que habitamos um único planeta, nossos jovens se tornarão imbatíveis nos assuntos que merecem o respeito e a decisão de todos. Alcançarão as vitórias que tanto almejamos para eles como para os filhos de outros pais. A felicidade segura de uma família depende do bem-estar de todas. O Amor, ou a dor, ensinará essa verdade à consciência das multidões, no transcurso das épocas.

Que nossos filhos estejam bem-vestidos, alimentados, nutridos, medicados quanto se fizer preciso. Mas, acima de tudo, protegidos das más influências psíquicas e espirituais, que fatalmente resultam nos males físicos e sociais.

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*Pedagogia do Afeto e Pedagogia do Cidadão Ecumênico
 — Segmentos da proposta pedagógica criada por Paiva Netto, que propõe um modelo novo de aprendizado, aliando Razão e Sentimento. Essa linha educacional é aplicada com sucesso na rede de ensino e nos programas socioeducacionais desenvolvidos pela Legião da Boa Vontade, no Brasil e utilizada também por suas bases autônomas, no exterior. Ambos "fundamentam-se nos valores oriundos do Amor Fraterno, trazido à Terra por diversos luminares, destacadamente Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista", conforme ressalta o educador Paiva Netto. Na Pedagogia do Afeto, o enfoque é sobre as crianças de até 10 anos de idade, unindo sentimento ao desenvolvimento cognitivo delas, para que carinho e afeto façam parte de todo o conhecimento e dos ambientes de suas vidas, incluído o escolar. O diretor-presidente da LBV costuma afirmar: “A estabilidade do mundo começa no coração da criança”. Na continuidade do processo de aprendizagem, a Pedagogia do Cidadão Ecumênico é direcionada à educação de adolescentes e adultos, dispondo o indivíduo a viver a Cidadania Ecumênica, firmada no exercício pleno da Solidariedade planetária. Tem como bandeira o Novo Mandamento de Jesus: "Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos. Não há maior Amor do que doar a própria vida pelos seus amigos" (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35 e 15:13). Para a aplicação da proposta pedagógica da LBV, foi desenvolvida uma metodologia própria: o MAPREI (Método de Aprendizagem por Pesquisa Racional, Emocional e Intuitiva). Trata-se de uma ferramenta de aprendizagem facilitadora do imenso desafio de formar cidadãos mais fraternos, o que de nenhuma maneira significa dizer desprovidos de senso crítico ou despreparados para enfrentar um mundo de riscos e reveses, consoante pondera o educador Paiva Netto. A razão de embasar o ensino em valores espirituais e éticos está associada diretamente ao princípio socioeducacional da LBV de valorizar a integralidade do ser humano, pois contempla não apenas sua aptidão intelectual, mas a potencialidade interior, que vem do seu Espírito Eterno.

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.