Alma leve

Fonte: Jornal A Tribuna Regional, de Santo Ângelo/RS, edição de 7 e 8 de fevereiro de 2009, sábado e domingo | Atualizado em dezembro de 2016.

Com esse título, o jornalista Orlando Brito*1 sintetizou um dos lados místicos de Brasília no site do jornalista Cláudio Humberto (www.claudiohumberto.com.br), na terça-feira, 3/2, em “Fotografia é história”, com destaque para a legenda: “Durante o dia ou na madrugada, pessoas caminham sobre a espiral de mármore recebendo a energia do cristal purificado encravado no topo do Templo da Boa Vontade. É um dos lados místicos da capital do Brasil”. E prossegue a nota: “Como foi – Um casal de amigos de São Paulo dizia que em Brasília eu só os levava para ver o lado oficial da cidade. Dessa vez, decidi. Nada de Esplanada, nem Planalto, nem Itamaraty e Três Poderes. Levei-os a esse lugar, onde se prega a fraternidade entre homens e nações. É um ambiente curioso e interessante por vários motivos. Primeiro, pelo caráter ecumênico. Depois, a arquitetura diferenciada. A nave principal é formada por uma pirâmide de sete lados. Em sua base superior está encravada a maior pedra de cristal puro conhecida no mundo. Tanto a luz do sol quanto a da lua traspassam a gema mineral, irradiando energia sobre as pessoas que caminham descalças. No subsolo da Catedral dos Espíritos Luminosos, encontra-se uma réplica do Trono do Faraó Akhenaton. Nesse ambiente de penumbra e mantras, ficaram ainda mais surpresos. Perceberam, concentrado num cantinho, um desses artistas famosos e milionários do eixo Rio–São Paulo que têm a alma voltada para o além. Não é raro vê-lo lá na madrugada, anônimo, sem o habitual séquito de seguranças. Embarca no jatinho particular por volta da meia-noite em Congonhas ou Santos Dumont, voa pouco mais de uma hora. Do aeroporto JK ao Templo dos Espíritos Luminosos não demora mais que oito minutos de automóvel. Relaxa, ora e volta. Está de volta à sua casa antes de o sol nascer. Com a alma leve. Orlando Brito”.

Relatos dessa natureza atestam não só o misticismo latente de Brasília como a ambiência ecumênica de paz emanada do TBV, tornando-o, desde a sua inauguração, em 21 de outubro de 1989, o monumento mais visitado da capital federal, segundo dados oficiais da Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF).

Gratos aos veteranos Orlando Brito e Cláudio Humberto.

As Sete Maravilhas de Brasília

Por sinal, em 9 de dezembro de 2008, no Conjunto Ecumênico da Legião da Boa Vontade (formado pelo Templo da Boa Vontade e o Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV) ocorreu a entrega dos certificados aos representantes dos sete monumentos eleitos, por meio de voto popular na internet, como Maravilhas de Brasília. A iniciativa da eleição partiu do Bureau Internacional das Capitais Culturais (Ibocc) com o apoio do Governo do Distrito Federal. Além do Templo da Boa Vontade, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional, a Catedral de Brasília, o Palácio da Alvorada, a Ponte JK e o Santuário Dom Bosco foram agraciados. Na ocasião, foi celebrado o 21o aniversário do título de Brasília como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Na data, o portal Boa Vontade (www.boavontade.com) registrou: “(...) o jornalista e colunista do Jornal de Brasília Gilberto Amaral*2 relembrou o momento em que o TBV também ficou conhecido como o Templo da Paz. ‘Certa vez estava aqui com o Irmão Paiva Netto e passeamos pelo Templo. Quando chegamos lá fora, falei para ele: Ô Paiva, aqui é o Templo da Paz; e ele imediatamente mandou cunhar na entrada da LBV: Templo da Paz, porque aqui realmente se encontra a paz, o ecumenismo, todas as religiões se professam; a fé é cada vez maior, não há quem não se sinta bem dentro do Templo da Legião da Boa Vontade’”.

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*1 Orlando Brito (1950-2022)

*2 Gilberto Amaral (1934-2022)

 

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.