Parece que foi ontem...

Fonte: Jornal de Brasília, edição de 28 de junho de 2011, terça-feira. | Atualizado em junho de 2023.
Arquivo BV

Alziro Zarur

Estou comemorando mais um ano de trabalho na Legião da Boa Vontade (LBV). Amanhecia 29 de junho de 1956 – Dia de São Pedro e São Paulo. Nasci no Rio de Janeiro. Com 15 anos, num gesto intuitivo, liguei o rádio. Estava no ar a Rádio Tamoio. Vivíamos os festejos juninos. Surpreso, ouvi os acordes de Noite Feliz! — de Joseph Möhr (1792-1848) e Franz Grüber (1787-1863) — em tempo ainda distante do Natal. E logo vibrou a palavra de Alziro Zarur (1914-1979), saudoso fundador da LBV. Esse fato mudou a minha vida, tal qual a de tantos outros que aguardavam algo que lhes falasse o que precisavam ouvir a respeito de Quem, no dizer de João Batista, nem somos merecedores “de limpar-Lhe o pó das sandálias”: Jesus! Zarur entoava o “Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra aos de Boa Vontade!” (Evangelho, segundo Lucas, 2:14). Naquela hora, como que um raio desceu sobre mim, mas não me fulminou. Pelo contrário: percebi que não sou apenas um produto da carne, posto que certa mentalidade por aí faz alguns pensarem que este mundo seja um açougue. Tenho Espírito. Não em resultado de combinações químicas cerebrais, porquanto a inteligência situa-se além do corpo, como que havendo uma mente psíquica fora do cérebro somático. (...) A partir daquele momento, o que foi despertado em mim não poderia surgir de um pedaço de matéria que um dia se transformará na rebelião famélica dos vermes. Ah! Somos alguma coisa bem superior, que sintoniza as estrelas! É essencial ter, portanto, em nós um diapasão que ressoe na grandeza de sua melodia. (...) No mesmo instante, virei-me para minha saudosa mãe, Idalina Cecília de Paiva (1913-1994), e, decidido, sentenciei: “É com esse que eu vou!”.

Arquivo pessoal

Os saudosos pais, Seu Bruno e Dona Idalina, casal-modelo na Legião da Boa Vontade, sempre deram bons exemplos ao filho, Paiva Netto. Na foto, a singela demonstração de carinho para com o líder da LBV.

Aprendi nestes anos de vida legionária que ninguém faz nada sozinho. No meu 67o aniversário de trabalho nesta Obra – que luta ininterruptamente “por um Brasil melhor e uma humanidade mais feliz” – compartilho também essa marca com todos os que, com suas preces e apoio às nossas iniciativas, formam a grande família da Boa Vontade de Deus.

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.