Templo da Paz e Dia das Nações Unidas

Fonte: Jornal O Sul, edições de 2 e 9 de novembro de 2009, segundas-feiras | Atualizado em outubro de 2018.

Nos festejos de mais um aniversário do Templo da Boa Vontade, que fundei em 1989, recordo que em outubro de 2009, em Brasília/DF, prestamos tributo à Organização das Nações Unidas (ONU), que, naquela data, completava 64 anos de existência. Aliás, o sentimento que pautou a decisão da comunidade internacional de criá-la, em 1945, é o mesmo do TBV: o desejo de Paz.

Lucian Fagundes

Templo da Boa Vontade  

Breve histórico

UN

Eleanor Roosevelt

Após as atrocidades da Segunda Grande Guerra, que dizimou e mutilou, física e psiquicamente, milhões de pessoas, lideranças mundiais procuravam mecanismos que pudessem assegurar a Paz entre os povos. De 25 de abril a 26 de junho de 1945, na cidade de São Francisco, EUA, foi elaborada — pelos representantes de 50 países na conferência sobre Organização Internacional — a Carta das Nações Unidas. Por sinal, o termo Nações Unidas foi idealizado pelo presidente norte-americano Franklin Roosevelt (1882-1945). A base do documento nasceu de propostas de delegações da China, dos Estados Unidos, do Reino Unido, da antiga União Soviética e da França. Em 24 de outubro de 1945, passa a existir oficialmente a ONU. Imaginemos quantos e que tipos de discussões reservadas para chegarem a um consenso, inclusive nos campos devocionais e laicos — que o diga dona Eleanor Roosevelt (1884-1962) —, ocorreram nos bastidores. Por mais bem informados que estejamos hoje, não temos plena consciência de tudo o que se deu. Se o acordo se formalizou, àquela época — depois do desestimulante fracasso da Liga das Nações, que tanto fez penar Woodrow Wilson (1856-1924), após a Primeira Guerra —, por que as novas providências, auguradas por tantas nações, que agora se projetam internacionalmente, cenário em que o Brasil se destaca, não serão concretizadas? O mundo, sem apelação, segue adiante; às vezes, todavia, momentaneamente, move-se para trás. Parado é que não fica.

A Paz não é utopia

Em contribuição ao tema, trago-lhes improviso meu que a Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, em parte publicou na obra A Proclamação do Novo Mandamento de Jesus — A saga heroica de Alziro Zarur (1914-1979) na Terra, que, em 24 de outubro de 2009, lançamos nas superlotadas dependências do TBV.

Clayton Ferreira

O presidente-pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo mostra ao público o livro "Paiva Netto e a Proclamação do Novo Mandamento de Jesus — A saga heroica de Alziro Zarur (1914-1979) na Terra", primeira publicação da Academia Jesus, o Cristo Ecumênico. A tiragem inicial da obra esgotou-se no mesmo dia do evento, tamanho foi o interesse dos presentes que, com satisfação, ergueram seus exemplares (Conforme registra a imagem com aspecto parcial do público).

Divulgação

Sérgio Vieira de Mello

(...) Existem aqueles que acham, como se fora fatalismo por eles atribuído em censura aos místicos, que a guerra é indissociável do ser humano, sem que haja outra possibilidade de rápido progresso. Naturalmente, encontram-se desiludidos. Talvez por enquanto lhes falte ainda a resolução de contrapor-se a qualquer obstáculo e pugnar sem receios por tempos de fato mais pacíficos. Isso requer dose decisiva de arrojo: ir contra aquilo que certos “costumes milenares” ruinosos “decidiram” ser o caminho inarredável das massas. Mas há muitos que possuem esse destemor. Sérgio Vieira de Mello (1948-2003), diplomata brasileiro morto em missão de Paz a serviço da ONU no Iraque, foi um deles. Não afirmo que o instinto assassino vá desaparecer de uma hora para outra da face do planeta, a não ser pela manifestação de uma vontade superior à nossa: a de Deus. Apenas não aceito modelos radicais, capitulados como realismo irremovível, que paralisam a sociedade. Digamos, a fim de argumentar, que, se a guerra viesse, teríamos de enfrentá-la com a toda a necessária coragem. Nada de fugir a coisa alguma. Entretanto, um dia, a Fraternidade e a Justiça mudarão para melhor o destino acidentado dos indivíduos, das famílias, das pátrias. Quando a criatura se purifica, tudo se transforma à sua volta.

Fora dessa postura solidária, transmitida por uma das maiores figuras que passaram por este orbe, torna-se mais difícil usufruir a Paz desarmada, custe o período que for preciso para alcançá-la.

Recado Divino

Enfatizo, então, ao término desta página, Recado Divino de um Senhor sempre preocupado com o bem-estar dos povos: “Minha Paz vos deixo, minha Paz vos dou. Eu não vos dou a paz do mundo. Eu vos dou a Paz de Deus, que o mundo não vos pode dar. Não se turbe o vosso coração nem se arreceie, porque Eu estarei convosco, todos os dias, até o fim do mundo!” (Evangelho de Jesus, segundo João, 14:27 e 1; e Mateus, 28:20).

No entanto, Ele, com o sumo valor que todos conhecemos, não se permitiu largar do flagelo para repelir os vendilhões no magnífico Templo de Jerusalém (Evangelho, segundo João, 2:15).

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.