Mais água, menos guerra

Fonte: Livro "Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade — O Poder do Cristo em nós", de novembro de 2014. | Atualizado em novembro de 2019.
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 Jeffrey Sachs

Embora já tenha trazido, há alguns anos, em meus livros, artigos e palestras, exemplos citados pela mídia acerca da tragédia da guerra pela água — lutas sangrentas que se arrastam pelo globo terrestre por séculos —, é válido reproduzir o que disse o professor de Economia Jeffrey Sachs ao jornal The Guardian, em 26 de abril de 2009, e que publiquei em minha recente obra, Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade — O Poder do Cristo em nós (2014).

No texto, intitulado "Stemming the water wars" (Guerras hídricas), o diretor do Instituto Terra, da Universidade de Columbia, relata: "Muitos conflitos são provocados ou inflamados por escassez de água. Conflitos — do Chade a Darfur, ao Sudão, ao deserto Ogaden, na Etiópia, à Somália e seus piratas, bem como no Iêmen, Iraque, Paquistão e Afeganistão — acontecem em um grande arco de terras áridas onde a escassez de água está provocando colapso de colheitas, morte de rebanhos, extrema pobreza e desespero".

Mark Knobil

Campo de refugiados de Darfur, no Chade, Sudão.

O conselheiro especial do secretário-geral da ONU para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio faz grave advertência ao narrar que governos perdem legitimidade perante as populações ao não serem capazes de atender às necessidades mais básicas de sua gente. Ele conta que políticos, diplomatas e generais tratam dessas crises como se fossem problemas comuns no campo administrativo ou militar. No entanto, as medidas de arregimentação de exércitos, organização de facções políticas, de combate a líderes guerreiros locais ou enfrentamento a extremismos religiosos não atingem o resultado de suprir as comunidades com água, alimento e meios de subsistência — que são demandas urgentes —, pois o desafio estrutural não é resolvido. O economista norte-americano ainda avisa: "(...) Os problemas da água não evaporarão por si mesmos. Pelo contrário, se agravarão, a menos que nós, como comunidade mundial, implementemos uma reação. Uma série de estudos recentes mostra quão frágil é o equilíbrio hídrico para muitas regiões pobres e instáveis do mundo".

Eis o sério alerta do professor Sachs. É mais que inadiável o empenho conjunto em torno da resolução de problemas como esse, conforme observamos ocorrer no Estado de São Paulo, Brasil, em 2014. A água é um bem básico, sem o qual não pode existir vida. A sua justa distribuição precisa estar acima de interesses políticos, religiosos, econômicos e militares. Só uma mobilização internacional pode pôr fim ao drama vivido pelos nossos Irmãos em humanidade e, daqui a pouco, por nós próprios, em grande extensão.

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Alziro Zarur 

Convém contritamente pedirmos a intuição de Deus, do Cristo e do Espírito Santo na tomada de decisões a fim de que, com maior eficácia, encaminhemos providências corretas, de modo que alcancemos bom desfecho para tão grave problema, que assola multidões. Com muito acerto, o saudoso fundador da Legião da Boa Vontade, Alziro Zarur (1914-1979), ensinou que "o segredo do governo dos povos é unir a humanidade da Terra à Humanidade do Céu [Espiritual Elevado]". Isto é, precisamos ouvir os componentes do Mundo (ainda) Invisível, por meio da prece, da invocação direta, da meditação ou da intuição, para ganharmos força e serenidade.

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.