O Cristo Ecumênico e a Liberdade Espiritual

Fonte: Reflexão de Boa Vontade extraída do livro “Jesus, o Libertador Divino”, de outubro de 2022. | Atualizada em dezembro de 2022.

Já escrevi que Jesus veio à Terra realizar a maior revolução jamais vista, pois se concretiza na Alma. Nesta se encontra a geratriz da riqueza ou da miséria, da libertação ou da escravatura do ser. O Divino Mestre assina Nova Lei Áurea com a pena da Sabedoria e do Conhecimento Espiritual. Ele é o Grande Abolicionista, para além das segregações étnicas, sociais e culturais. Jesus afiançou que, se conhecermos a Verdade, claro que a Divina, ela nos tornará livres: “Conhecereis a Verdade [de Deus], e a Verdade [de Deus] vos libertará” (Evangelho, segundo João, 8:32).

Afresco belga do século XIX

Título da obra: Jesus curou.

Reprodução BV

Gandhi

Nada em termos apenas materiais concederá ao cidadão a sua carta de alforria. Ninguém aprisiona a Alma de quem possui o coração espiritualmente livre. Gosto de me valer do exemplo do Gandhi (1869-1948), o libertador da Índia. Muitas cadeias pegou na luta pela independência do seu país. Que realizava, então, o velho Mahatma na frieza do cárcere? Escrevia, e suas páginas constituíram-se bandeiras libertárias não somente para o seu povo, como para outras nações.

Liberdade e Esperança são dois valores dos quais a criatura humana não pode abrir mão. Deve, contudo, saber honrar o primeiro para ser merecedora permanente do segundo.

Se Gandhi não ficou restrito às limitações que quiseram lhe impor, é mais do que necessário entender Jesus sem grilhões. Por ser Ele o Cristo Ecumênico, o Sublime Estadista, apresenta-se sem sectarismo, não estando confinado a qualquer corrente, por mais louvável que seja. Ele extrapola as paredes dos notáveis templos humanos e deve ser vivido nas ruas, isto é, Suas Extraordinárias Ideias habitando os lares, as universidades, as empresas, os parlamentos, tudo recebendo o Excelso Luzeiro de Sua respeitabilíssima Autoridade Espiritual.

Tela: Rembrandt (1606-1669)

O Apóstolo Paulo

Paulo Apóstolo, que se considerava livre por ser prisioneiro de Nosso Senhor Jesus Cristo (Efésios, 3:1), já dizia: “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (Segunda Epístola aos Coríntios, 3:17).

E é justamente esta a Liberdade Espiritual alcançada pela incontável quantidade de seres presentes na Visão dos Glorificados, conforme narra João, o Evangelista-Profeta:

“9 Depois destas coisas olhei, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro de Deus, trajando vestiduras brancas, com palmas nas suas mãos;

“10 e clamava com grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Divino Cordeiro pertence a salvação”. (Apocalipse, 7:9 e 10)

A Autoridade Divina do Cristo é celebrada pelos quatro seres viventes, pelos vinte e quatro anciãos e, novamente, pela imensurável massa popular de todos os rincões da Terra e do Céu da Terra:

A Visão do Livro Selado com Sete Selos e a do Cordeiro de Deus*1

“11 Vi e ouvi, então, a voz de muitos Anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares,

“12 proclamando em grande brado: Digno é o Cordeiro de Deus, que foi morto, de receber a virtude e a dignidade, e o poder, e a riqueza, e a sabedoria, e a fortaleza, e a honra, e a glória, e o louvor.

“13 Então ouvi a toda criatura que há no Céu e sobre a Terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro de Deus sejam o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.

“14 E os quatro seres viventes respondiam: Amém! Também os anciãos prostraram-se e O adoraram”. (Apocalipse, 5:11 a 14)

Tela: Sátyro Marques (1935-2019)

Detalhe da obra: A visão do Trono de Deus.

Por isso, proclamamos que Jesus é a Religião da Vida, isto é, a vivência plena da Solidariedade Universal. Zarur explicou, em seu “Poema do Deus Divino”:

“Que religião instituiu Jesus,

Senão a eterna Religião do Bem?”

Daí ele também afirmar pioneiramente que “toda a humanidade é cristã”*2, quer dizer, supinamente fraterna, regida pelos mais elevados valores espirituais que o Cristo de Deus exemplifica. O planeta Terra é uma Casa construída por Jesus para acolher Almas que desejam se libertar de suas ignorâncias e de seus equívocos, evoluindo plenamente rumo ao Pai-Mãe Celestial. É Lar de Amor Divino, onde Ele ensina pedagogicamente a todos, sem distinções, a serem pessoas melhores. Jesus é o Bom Pastor, que doa Sua própria vida por Suas ovelhas. Ele as protege e as convida a ecumenicamente segui-Lo, onde quer que estejam, pois anunciou: “Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco, a mim me convém conduzi-las” (Boa Nova, segundo João, 10:16).

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*1 “A visão do livro selado com Sete Selos e a do Cordeiro de Deus” — Inspirado nessa importante passagem bíblica, Paiva Netto compôs belíssima cantata. Para a sua primeira audição, foi escolhido o Espetáculo Música Legionária — Jesus, o Libertador Divino, durante as comemorações dos 33 anos do Templo da Boa Vontade (21/10/2022). Baixe o aplicativo Boa Vontade Play em seu dispositivo móvel e ouça a música: www.boavontade.com/play.

*2 “Toda a humanidade é cristã” — Leia mais sobre essa afirmativa de Zarur no livro Jesus e a Cidadania do Espírito (2001), de autoria do escritor Paiva Netto. Adquira seu exemplar pelo site www.PaivaNetto.com/livros.

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.