Razão, Aristóteles e sentimento
Um dia desses, repassava páginas do meu livro As Profecias sem Mistério, 1998. Achei oportuno trazer-lhes um trecho extraído do capítulo “Apocalipse: Razão e Coração”. Espero que o apreciem:
Certa vez, à mesa, enquanto realizávamos a Cruzada do Novo Mandamento de Jesus no Lar, um jovem presente, àquela altura com 17 anos, concluiu com sagácia: “Realmente, o ser humano, não obstante o extraordinário avanço tecnológico, não está evoluindo como deveria. Na verdade, só está andando mais depressa, sem saber com certeza, até agora, para onde vai. Por esse motivo, o mundo continua sendo um imenso quebra-cabeça”.
O jornalista Alziro Zarur (1914-1979) ensinava, nas suas prédicas populares, evangélicas e apocalípticas, que a saída para qualquer problema, por pior que seja, é “ligar a tomada no Gerador que é o Cristo Jesus”, o que pode soar absurdo a homens e mulheres excessivamente racionais.
Não sou contra a Razão, como não me oponho ao sentimento. “In medio virtus”, preconizava Aristóteles (384-322 a.C.), em Ética a Nicômaco, seu filho. Eis por que venho asseverando que precisamos unir à inteligência do cérebro a do coração. Costumo valer-me deste exemplo: quando em boa hora surgiu o Iluminismo, depois da Idade Média, já na Era Moderna, muitas pessoas viram no racionalismo a chave efetiva, enquanto acusavam as religiões pela aflição permanente das criaturas. É óbvio que a Razão realiza importantíssimo serviço pelo crescimento dos povos, mas não bastou para emancipá-los de seus tormentos. Trouxe incontáveis inovações. Contudo, somou-se àquilo que os iluministas qualificaram de erros religiosos uma carrada de novos enganos. Adicionaram-se aos anteriores os deslizes advindos do uso desmedido do racional.
Novamente, o ser humano colocou-se na busca do equilíbrio, um caminho para a solução de suas angústias.
É quando, radioso, emerge, liberto da obscuridade e do estigma do medo, o Apocalipse do Divino Chefe: uma carta de amigo que apenas deseja o bem do destinatário, escrita com providencial antecedência aos conflitos que a Humanidade teria de enfrentar, pelos milênios, em virtude da desarmonia, criada por si mesma, para com as leis universais, eternas. Jesus é suprema expressão de Fraternidade. Não transfiramos a Ele os equívocos praticados em Seu nome. E é por esse prisma que o texto profético deve ser analisado, até mesmo pelos ateus. (...)
Há respeitáveis pensadores que fazem muita questão de ser racionais (Bem que um pouco de ceticismo seja saudável à inteligência). Por isso, talvez demorem a entender a programação divina para o progresso das gentes, porquanto, para compreensão dela, é imprescindível devidamente observar a lei do Amor, que ilumina a solidariedade social. Na trágica situação em que se encontram alguns países, o Amor Fraterno tem demonstrado ser a trajetória a seguir, com o envolvimento humano conjunto das nações, e seu grande poder estrutural e econômico, daqui para a frente, sem arrefecer jamais. O beneficiado por tudo isso, apesar da ganância ainda existente, será o mundo globalizado.
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