Jesus, a Dor e a Origem de Sua Autoridade (Parte D — final)

O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração
(A série — Sétimo capítulo)

Este último trecho da magistral mensagem “Jesus, a Dor e a Origem de Sua Autoridade” coroa o êxito do minucioso estudo do jornalista, radialista e escritor José de Paiva Netto. O Presidente-Pregador da Religião de Deus, ao se debruçar sobre os livros sagrados da Humanidade, em especial o Apocalipse de Jesus, revela-nos, em sua visão irrestritamente ecumênica, a intrínseca relação entre a Dor, o Poder e a Autoridade do Divino Mestre. Oferta-nos o deslindamento de “um arcabouço doutrinário espiritual, moral, solidário e crístico”, conforme ele próprio definiu em 11 de julho de 1991, num documento dirigido aos seus amigos e companheiros de trabalho, contribuindo para o “fim do domínio do erro e da voracidade, isto é, do atraso advindo do despreparo a respeito das coisas do Espírito”.

Ao término da mensagem, somos agraciados com a Prece Ecumênica do Pai-Nosso, de Jesus, na belíssima interpretação do líder da Religião Divina.

A Vocês, uma excelente leitura!

Os Editores

Jesus alerta contra a hipocrisia

Onde impera, em sua inteireza, o Poder, ensinado e vivido por Jesus, não pode subsistir a hipocrisia.

Os estudiosos do Cânone Sagrado observam que o Sublime Amigo sempre falava e agia com toda a Sua sinceridade de Espírito. Quem consegue conviver com uma pessoa dissimulada? Por isso, o Taumaturgo Celeste advertiu no Evangelho, consoante Lucas, 12:1:

— “Livrai-vos do fermento da hipocrisia”.

Ele igualmente nos deu o exemplo do Amor e do respeito. Não condenou Madalena, que, segundo Marcos, 16:9, sofria o império de sete demônios, mas a conduziu no caminho do Bem. Alimentava-se com publicanos e pecadores (Evangelho de Jesus, na descrição de Mateus, 9:11), isto é, com a chamada “gentinha” ou “rebotalho” da sociedade. E por esse motivo era perseguido pelos cínicos daquele tempo. O Educador Supremo não tolerava a impostura. Nem nós. Nem Confúcio (551-479 a.C.), que disse:

— “Foge por um instante do homem irado, mas foge para sempre do hipócrita”.

A Cruz e o Rei

Jesus — o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, condição a que fez jus em virtude do extremo sacrifício a que se submeteu pelo esclarecimento de todos — é o Sol que não se apaga e nem cria sombras. É muito mais inspirador que vivamos sob Seu Excelso Luzeiro e Sua indiscutível Autoridade. Quando O entronizaram na Cruz, Ele se tornou flagrantemente Rei. Já O era e assim então se constituiu, de forma palmar, diante dos olhos ainda embaçados da Humanidade, pelo modelo de resistência à Dor moral e espiritual de que foi e é paradigma.

Promessa do reino messiânico a Davi

Deus falou a Davi, na Sua promessa do reino messiânico, em Salmos, 89:4 e 36:

─ “(...) Firmarei o teu trono de geração em geração. (...) A tua posteridade durará para sempre, e o teu trono, como o sol perante mim”.

E mais: no versículo 9 do capítulo 5 do Apocalipse de Jesus, segundo São João, comprovadamente se encontra, conforme vimos estudando, o grau de Pastor Celeste, como Cristo Ecumênico e Sacratíssimo Estadista, porquanto com o sangue Dele por nós vertido, Deus divinamente Lhe concede inconteste Autoridade. Com ela, Jesus vai buscar e pastorear “os que procedem de toda tribo, e língua, e povo, e nação”, pois os comprou com o Seu sacrifício.

— “Digno és, Senhor, de tomar o livro (Apocalipse) e de desatar-lhe os selos, porque foste morto e com o Teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, e língua, e povo, e nação”.

Palavras que, em seu cerne, anunciam o Ecumenismo Divino. Que pensamento ou atitude restritiva pode impedir a realização de Sua estratégia?

A poderosa influência do Mundo Espiritual Superior

Eis por que a Política de Deus é o Poder e a Autoridade que nascem das entranhas do Cristo, o Santo Condutor do Império Jesus, que disse, no Seu Evangelho, segundo Lucas, 22:27:

— “Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve”.

Esta, pois, deve ser a lídima vocação do verdadeiro político, que realmente ama o seu povo. Por isso, afirmei, na passagem de 31 de dezembro de 1967 para 1o de janeiro de 1968: O PBV surgiu para atender a uma exigência ESPIRITUAL do povo. Tudo parte originalmente do Espírito, a nossa procedência legítima. Quem — cidadão comum ou governante, civil, religioso ou militar — isso não compreender, evidentemente que livre de ódios e radicalismos, estará, na condução da vida, individual e coletiva, como que pegando um foguete em disparada, praticando e sofrendo tremendos desastres, para si e sua população. Jamais ignoremos, pois, a pujante influência exercida pelo Plano Espiritual Superior sobre o comando do mundo. O governo da Terra, reiteramos, começa no Céu (físico e espiritual), cuja existência afeta diretamente os destinos dos povos, como na observação do já citado filósofo chinês, Confúcio, que do alto de sua sabedoria declarou:

— “Como age em toda parte a força espiritual! Invisível aos olhos e fugidia aos sentidos, é a tudo inerente, e nada escapa ao seu influxo”.

Ora, após suportar a ignorância dos contemporâneos e se tornar o Testemunho Vivo de Deus, o instrumento de Sua Força, pôde Jesus revelar:

— “Eu sou o Pão Vivo que desceu do Céu; e se alguém dele comer, viverá eternamente; e o Pão que Eu darei para a vida do mundo é a minha própria carne(Evangelho, segundo João, 6:51).

“A minha própria carne”, isto é, o Seu incomensurável esforço, a Sua lição ímpar.

Jesus, envergadura cósmica do Apocalipse

A Autoridade do Mestre dos mestres proporciona ao Apocalipse uma envergadura humano-espiritual-cósmica, que nenhum outro autor, por maior que seja, poderia conceder a esse Livro tão importante para a nossa sobrevivência. Aprendemos na Religião de Deus que seguros estamos na Divina Segurança das Seguras Mãos de Jesus.

Carta à Igreja em Sardes

Ainda sobre a hipocrisia, vale recordar a mensagem do Tático Divino à igreja em Sardes (Apocalipse, 3:1 a 6):

“1 Ao Anjo da igreja em Sardes escreve:
“Estas coisas diz Aquele que tem os Sete Espíritos de Deus e as Sete Estrelas:
“Conheço as tuas obras: tens a reputação de que estás vivo; entretanto, estás morto.
“2 Sê vigilante, e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.
“3 Lembra-te, pois, do que recebeste e ouviste, guarda-o bem e faze penitência. Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora me levantarei contra ti.
“4 Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras, e andarão de branco junto comigo, pois são dignas disto.
“5 O vencedor será assim vestido com roupas brancas, e de modo algum apagarei o seu nome do Livro da Vida Eterna; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos Seus Anjos.
“6 Quem tem ouvidos de ouvir ouça o que o Espírito diz às igrejas do Senhor”.
(Grifos nossos.)

Em outra oportunidade, analisarei em minúcias essa correspondência do Supremo Governante do Planeta Terra. Quero, por ora, enfatizar o seguinte: a turma de Sardes cresceu tanto, achou-se tão famosa, que, à exceção de alguns, pensou que “era a maior”... Jocosamente, a escritora inglesa Mary Ann Evans (1819-1880), mais conhecida pelo pseudônimo George Eliot, uma vez concebeu frase curiosa que, sabendo ela ou não, enquadra a igreja de que tratamos agora:

─ “Era como o galo que está certo de que o Sol nasce para ouvi-lo cantar”.

Aquele grupo religioso começou a se esquecer do Divino Mestre, o generoso Fundador da igreja sardense, porquanto Paulo fora apenas um emissário Dele, que tocou o sentimento dos integrantes que viriam formar a congregação. Jesus, o admirável Taumaturgo, é o Criador de todas as sete assembleias da Ásia. Alziro Zarur (1914-1979), saudoso Proclamador da Religião de Deus, esclarece com propriedade:

— “Há tantas religiões quantos são os graus de entendimento da criatura humana, de acordo com a soma de suas encarnações”.

E mais: apesar de “algumas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras”, a comunidade vivia de aparências, estando praticamente morta em ideal. Por isso, o grande objetivo da Religião Divina é Jesus, livre de quaisquer algemas que ainda Lhe queiram impor, mesmo que bem-intencionados, alguns de Seus adoradores.

O Político Divino

Como Cristo Estadista, o Político Divino inspira, por processos espirituais que já andamos avaliando, a Humanidade toda, porque entregou em sacrifício a Sua vida por ela. O Mestre espera de nós, com Autoridade primorosa, que, com pertinácia, sigamos a Sua palavra e o Seu exemplo.

— “O segredo do êxito é a constância de propósito”.

Lição do brilhante escritor e político britânico de ascendência judaica Benjamin Disraeli (1804-1881), destacado primeiro-ministro da rainha Vitória (1819-1901), chefe da Igreja Anglicana.

A verdadeira valentia

Há décadas acreditamos, na Religião de Deus, que valentia é assumir um compromisso e levá-lo honrosamente até o fim.

Jesus, o Padrão Celeste

Em 30 de dezembro de 1989, durante a Proclamação do Cristo Estadista, realizada no Templo da Boa Vontade, em Brasília/DF, Brasil, li e comentei página por mim traçada, no início dos anos 1980, para a centenária Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro/RJ, referente à Política de Deus, intitulada “Hierarquia, Competência e Trabalho Honesto”. Por oportuno, apresento-a aqui, acrescida de alguns apontamentos:

A hierarquia que prevalece, apesar de aspectos contrários de gente que se julga muito esperta, é aquela sustentada no comportamento ético e na competência. Não somos palmatória do mundo, mas existe um fator básico chamado Moral do Cristo, que tem de ser fielmente seguido. Esse ponto de vista faz com que aqueles que procuram a Religião de Deus, e nela permanecem, esforcem-se por vivê-lo conforme o puro idealismo de que é constituída. Quem não carrega um bom propósito no coração desventuradamente não passa de morto vivo.

Alguns pensam que só nos devemos lembrar do Amigo Celeste quando enfrentamos o sofrimento. Entretanto, Jesus é a medicina preventiva de que as nações necessitam. Daí O considerarmos a Religião da Vida, neste e no Outro Lado da existência.

Em vez de invocá-Lo apenas na hora do perigo, ou da agonia, não é melhor debruçarmo-nos sobre o que Ele pregou e viver conforme os Seus libertários, espiritualmente falando, preceitos? Devemos buscar respostas no irreprochável Mentor, uma vez que O aceitamos como padrão. Ele disse:

“Passará o céu, passará a terra, mas as minhas palavras não passarão (Evangelho, consoante Lucas, 21:33).

Será isso brincadeira?! É evidente que não. (...)

O Cristo ensina a não temer o sofrimento

— “Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras, e andarão de branco junto comigo, pois são dignas disto.”

Esse versículo 4 do capítulo 3, do Apocalipse, segundo João, nos fala da paciência corajosa, a todo momento exortada por Jesus no Apocalipse, exigência esta claramente expressa e com seu prêmio apresentado no versículo 10 do capítulo 2 do Livro das Profecias Finais. Na Carta à Igreja em Esmirna, o Magnífico Pedagogo afiança:

“Sê fiel até à morte, e Eu te darei a coroa da vida”,

naturalmente que a Vida Eterna. Por isso, a amargura neste mundo — ainda um fato inexorável, por força de nossas irrefletidas obras — deve ser suplantada pela Fé que diviniza, aquela que, como filhos do Pai Celestial, nos aproxima Dele. Na Religião de Deus, enumeramos quatro graus iniciáticos da Fé:

1) Fé Raciocinada (Allan Kardec)
2) Fé Raciocinante (Alziro Zarur)
3) Fé Realizante (Paiva Netto)
4) Fé Divinizante (Paiva Netto)

Assunto de que já lhes falei, na pregação do Apocalipse e do Evangelho de Jesus, em Espírito e Verdade (isto é, jamais “ao pé da letra que mata”, segundo a célebre admoestação de Paulo Apóstolo), pelo prisma do Novo Mandamento do Cristo, ou seja, o Amor elevado à imensurável potência. Portanto, nunca sob o patrocínio do ódio, cientes de que “Deus é Amor” (Primeira Epístola de João, 4:8). E, como completava Zarur:

— “E nada existe fora desse Amor”.

Tanta gente padece na existência terrena. Mas poderá usufruir o benefício de várias encarnações, enquanto necessitar desse medicamento para a sua Alma em evolução. Por isso, depois receberá a recompensa eterna.

Ovídio (43 a.C.- 7 d.C.) compreendeu a lição do sofrimento:

— “Suporta e persevera, que essa dor acabará por te ser de grande proveito. (O negrito é nosso.)

O Irmão Zarur tantas vezes explicou, também naquela passagem que se encontra numa prece que proferiu na década de 1960, que enfoquei anteriormente nesta série, mas vale sempre ressaltar:

— “(...) Sabes, Jesus, que temos feito o que é humanamente possível para cumprir o Teu Novo Mandamento. Temos de sofrer tudo o que sofreste. Tu, que não tinhas pecado algum, e disseste: — ‘Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim!’ (Evangelho, segundo João, 14:6).

Significa dizer, na elevada apreciação de Zarur, que não chegaremos até o Pai Celestial, sem que dignamente ultrapassemos tudo aquilo que Jesus suportou. Ninguém deve temer a Dor, porque ela é a libertação da Alma. Todavia, é preciso saber valorizar os ensinamentos que ela dispõe em nossa jornada. De nada nos terá sido proveitoso o sofrimento, se dele não tivermos absorvido as lições eloquentes. Bem a propósito esta definição do crítico de arte francês Jean Dolent (1835-1909):

— “O desespero é a dor dos fracos”.

O alertamento de Schiller e a função da Dor

Ora, esta longa dissertação sobre a Dor, teço-a a partir do exemplo do Cristo, portanto, não para a derrota nossa no desânimo, mas para a vitória, pois que os tenho capacitado para pegar até do tormento e alavancar a coragem. Falo-lhes no intuito de mostrar a Vocês que a Dor nos fortalece e nos instrui a vencer todos os obstáculos, por piores que sejam. Foi uma das maiores lições que Jesus nos legou. E o Pai deu-Lhe a Sua bênção, fazendo-O herdeiro do Poder e da Autoridade Dele, o Pai Celestial, que o Pedagogo Sublime misericordiosamente oferta, em diversos graus, na Escola da Experiência Divina, aos que já tenham compreendido que o governo do mundo tem início na Pátria Espiritual. Estejamos, pois, atentos, porque vivemos, em intensidade vertiginosa, a transição apocalíptica anunciada desde os Profetas do Antigo Testamento, tais como Daniel, Isaías, Ezequiel. Existem os que nela com firmeza creem, bem como os que não lhe concedem o mínimo crédito. Ocorre, todavia, que, na contemporaneidade, pensadores e cientistas renomados — diante de fatos como o aquecimento global, a aceleração das mudanças climáticas, além do perigo da guerra pela água, pelo combustível e pelo espaço vital, tendo em vista o grande crescimento da população planetária — têm vivenciado preocupações que antes não lhes abalavam o labor. Notamos que algo começa a sacudir os mais renitentes negadores daquilo que os de visão espiritual aclarada percebem com vasta antecedência.

Friedrich von Schiller (1759-1805), dramaturgo, poeta, filósofo e historiador alemão, resumiu o quadro atual com as seguintes palavras:

— “Se do céu não desce a chispa que inflama, se não se aviva o Espírito, os corações languescem”.

Destinação Espiritual

Eis uma das missões do Apocalipse, que vem dos páramos celestes, para que as Almas não se esqueçam de sua destinação espiritual.

E se lhes dou essas explicações, faço-o na certeza de que serão úteis para o fortalecimento de cada um que me ouve, vê ou lê.

A função divina da Dor não é a de nos destruir, porém a de nos elevar no caminho da salvação. Vejam por que o Apocalipse foi escrito. E já lhes disse — ele é uma carta de Amor de Deus a nós, Seus filhos:

— “Bem-Aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro de Deus, para que lhes assista o direito à Árvore da Vida Eterna, e para entrarem na cidade (Jerusalém Celestial) pelas portas (Apocalipse, 22:14).

Imprescindível torna-se, portanto, que todos os que o leem compreendam que ele não existe para assustar, todavia, como advertência, de modo que finalmente aprendamos que o seu texto nos indica o rumo e nos ensina a trilhar a estrada redentora, para o tão ansiado encontro com o Cristo:

“Eis que Jesus (volta) com as nuvens, e todos os olhos O verão, até mesmo os daqueles que O traspassaram. E todas as nações da Terra se lamentarão sobre Ele. Certamente. Amém.” (Apocalipse, 1:7).

O Livro das Profecias Finais baixou à Terra, por ordem de Deus ao Cristo, e está sendo disseminado pelo mundo por meio do Espírito Santo, de forma que saibamos vencer todos os óbices, por mais difíceis, nele anunciados. Sejamos, portanto, perseverantes, e perseverantes, e mais perseverantes, porquanto a glória de ver Jesus é a mais extraordinária de todas elas, a de respeitosamente beijar as Mãos do Divino Senhor.

A Promessa Divina quanto ao fim da Dor

Infelizmente, até aos dias que correm, costumamos lembrar-nos de Deus quando sérios problemas batem à porta de nossa vida. É o que mais se vê. No entanto, existem os modelos notáveis de Fé, de superação da Dor, por toda a jornada humana.

A Promessa de Deus acerca do fim da Dor, justamente no Apocalipse de Jesus, 21:3 a 5, é a seguinte, de acordo com a narrativa de João Evangelista:

“3 Então, ouvi grande voz vinda do trono (na Nova Jerusalém), dizendo: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão Seu povo, e o próprio Deus, no meio deles, será o seu Deus.
“4 E lhes enxugará dos olhos toda lágrima; não haverá mais morte, não haverá mais luto, não haverá mais pranto, nem gritos, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.
“5 Então Aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras”.
(Grifos nossos.)

E vejam mais o que o Pai Celestial revela, agora por intermédio do Profeta Isaías, no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, 65:17 a 19:

“17 Porque eis que Eu crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão.
“18 Mas vós festejareis e exultareis perpetuamente no que Eu crio; porque eis que instituo para Jerusalém uma alegria, e para o seu povo, regozijo.
“19 E exultarei em Jerusalém, e me alegrarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem de clamor”.
(Grifos nossos.)

Jerusalém ampliada

Atualmente, já lhes expliquei, Jerusalém possui um significado amplíssimo: toda a Humanidade. Convido-os a prosseguir, com o cuidado que lhes é característico, o desenrolar desta série: “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”.

A recompensa dos caritativos

O Alcorão Sagrado, 29:58, igualmente nos fala da morada dos bons:

— “Quanto aos fiéis, que praticam o Bem, dar-lhes-emos um lar no Paraíso, abaixo dos quais correm rios, onde morarão eternamente. Quão excelente é a recompensa dos caritativos, que perseveram e se encomendam ao seu Senhor!”.

A Dor não é fatalismo

A Dor, portanto, não é um fatalismo na vida humana. Nós é que a criamos. Pare um pouco para pensar e reconheça essa realidade. Como vimos anteriormente, se fizermos por merecer, o que nos espera é o melhor possível.

Perseverar para receber o testemunho de Jesus

Para os que jamais desistem do ideal do Bem, no versículo 32 do capítulo 10 do Evangelho, consoante Mateus, encontramos a garantia de receber o testemunho de Jesus, que ainda assegura:

— “Todo aquele que me testemunhar perante os homens, Eu também o testemunharei diante de meu Pai, que está nos céus”.

Quanta glória para os fiéis e perseverantes!

Profecia, o Calendário de Deus

E o que aprendemos no Livro das Profecias Finais, capítulo 19, versículo 10?

Isto:

— “O testemunho de Jesus, o Cristo, é o Espírito de Profecia”.

Já comentamos o que isso significa. Alguém se lembra? É isso mesmo: a profecia, na verdade, é o Calendário de Deus. Por isso, quando nela nos integrarmos, tornar-nos-emos Espaço e Tempo Divinos. Nada nos perturbará mais. Não teremos dúvidas indecifráveis. Saberemos o caminho a seguir. O receio desaparecerá de nossas almas. Coisa alguma nos afligirá. Quem teme a Deus não teme homens. E “Deus é Amor”. Nem deve, por consequência, criminosamente ser usado para incutir medo gratuito em quem quer que seja. Devemos, sim, ensinar às nações o mecanismo de Sua Lei, porquanto, se ela é de Amor, igualmente o é de Justiça. Justiça tal, que apenas a Ele cabe aplicar. A Justiça de Deus não é vingativa. O trabalho de levar aos povos o Amor Divino requer humildade e a procura da perfeita sintonia com o Amor Dele. Do contrário, a pretexto de servi-Lo, corremos o risco de repetir os tristes fatos, do conhecimento de todos, que envergonham as páginas da História. E nós, Seres Humanos, ainda caímos em confusão quando esquecemos do Amor DE DEUS, como leremos adiante numa advertência do Libertador dos Humildes de todas as classes sociais.

Madame de Staël (1766-1817), célebre intelectual iluminista francesa, num instante de grande enlevo, presenteou-nos com este conceito:

— “A compaixão de uma alma superior desce do alto como o orvalho sobre a esterilidade da vida”.

Deus, o Senhor do Espaço e do Tempo

Para captarmos melhor a passagem do Apocalipse há pouco citada: “O testemunho de Jesus é o Espírito de Profecia”, recorramos ao Profeta Isaías, o Quinto Evangelista, no capítulo 43, versículos 11 e 12, do seu livro no Antigo Testamento:

“11 Eu sou o Senhor Deus, e fora de mim não há salvação.
“12 Eu anunciei a salvação e a realizei, e Eu salvei, e a fiz ouvir; deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor; Eu sou Deus”
.

É Ele quem revela: “fora de Mim não há salvação”. (Mas esse Mim é muito mais do que tanta gente pensa, como veremos num dos programas vindouros. Ele não é restrito a um redil humano, como pode parecer aos que não se incluem no considerado rebanho cristão terrestre.) E o testemunho de Jesus, que é UM com o Pai Celestial, trata-se justamente do Espírito de Profecia, vindo — e aqui se encontra a filigrana — da parte de Deus Salvador. (Portanto, descido à Terra e às regiões espirituais mais próximas a ela.) Ora, o Supremo Arquiteto do Universo é o dono do Espaço e do Tempo, por isso abarca toda a sabedoria. Então, Vocês percebem por que elucidei que, se realmente nos integrarmos no Espaço e no Tempo Divinos, nessa visão expandida de espaço-tempo, na qual ocorrem todas as coisas e são planejadas, entenderemos a profecia, e não estaremos subjugados pelo calendário humano, que é totalmente instável. E mais ainda: além de assimilarmos a Profecia e podermos decifrá-la, seremos a própria Profecia. Analisávamos, na ocasião, o Dia do Senhor, concluindo ser ele o estado ideal de integração no Espaço e no Tempo de Deus.

A História sob o critério do Novo Mandamento

(...) Estamos nos aproximando do momento da oração, mas antes gostaria de reforçar nas mentes e nos corações que me privilegiam, acompanhando-me no estudo do Evangelho-Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, que, ao historicamente citar acontecimentos políticos e sociais, estou procurando examinar a história humana, porém pelo critério do Mandamento Novo de Jesus, o Estadista Divino, o Cristo Ecumênico, ou seja, Aquele que não admite peias e, portanto, igualmente abrange todo o saber. Situam-se as Suas lições, nascidas do íntimo de Sua Alma, muito acima de crenças e descrenças. Zarur dizia que é urgente “devolver ao Cristo o que é do Cristo”, na Religião, na Ciência, na Filosofia e na Política, mas em Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento de Amor do Pedagogo Celeste: Deus, contudo jamais entendido como ódio, o que tem sido a desgraça do mundo.

Determinismo humano e Divino

(Por sinal, em Mensagem de Jesus para os Sobreviventes, Alziro Zarur — na 17ª Chave Bíblica da Volta Triunfal do Cristo — pontua essa diferenciação (entre o Deus que é Amor e o deus humano odiento) ao explanar sobre a existência do determinismo humano e do Determinismo Divino na condução da vida dos povos. Ele costumava lembrar-nos de que o determinismo humano é falho. Basta observar que este não foi capaz de prever (exceto um ou dois atilados estudiosos) a dissolução da União Soviética, nem o fim do capitalismo materializante (como é vivido hoje, uma probabilidade agora reconhecida por muitos, ante a terrível crise financeira e econômica que assusta a sociedade mundial) e da “falsa democracia”. Assim, Zarur chamou à que vigora em muitos cantos por aí, a qual evidentemente passará por diversas mutações que haverão de — esperamos nós — beneficiar os povos, muita vez tão esquecidos dos homens que conduzem a política, as ações sociais, as finanças e a economia. Como já lhes disse num artigo, publicado na Folha de S.Paulo, da capital bandeirante, Brasil, em 4 de outubro de 1987: As nações também vomitam (...). E dessa maneira será até que todos assimilem e habituem-se a este fato: a democracia é o regime da responsabilidade. Não me canso de proclamar.)

Deus, Amor e Justiça

Há um Deus, que é Justiça, mas que não odeia nem persegue como um atrabiliário qualquer, porque é Amor. (Para compreendê-Lo, é essencial estudar, sem ideias preconcebidas, a Lei Universal da Reencarnação.) Esta Sua Lei, que rege o Universo e precisa ser mais bem conhecida, existe. Lei de Amor, porém de Justiça, que, unidos, fornecem indispensável equilíbrio ao Cosmos. Lei explicitada no Evangelho e no Apocalipse, que devemos estudar, insisto, jamais pelo destrutivo pé da letra, contudo em Espírito e Verdade, à luz do Mandamento Novo do Cristo Ecumênico. E, prestem, por favor, atenção, Divino ESTADISTA. Estadista, porque nos comanda com Sabedoria Sublime — apesar de ainda quase sempre não o percebermos — e que segue a Lei Celeste que governa até mesmo o Umbral, uma localidade invisível aos olhos físicos, que se situa vibratoriamente bem próxima aos seres terrestres. O Espírito Dr. André Luiz, em Nosso Lar (*a), psicografado pelo saudoso Chico Xavier (1910-2002), no capítulo “O Umbral”, transcreve palavras do orientador Lísias que descortinam a grande importância desse estágio edificado por nós mesmos, unicamente por força dos nossos desacertos na Terra que, no Mundo Espiritual, precisam ser corrigidos, a fim de continuarmos evoluindo. Considero de bom alvitre apresentar-lhes, aqui, pelo menos um pequeno trecho:

— “O Umbral funciona como região destinada a esgotamento de resíduos mentais; uma espécie de zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que a criatura adquiriu por atacado, menosprezando o sublime ensejo de uma existência terrena.
“Umbral é região de profundo interesse para quem esteja na Terra. Concentra-se, aí, tudo o que não tem finalidade para a vida superior. E note você que a Providência Divina agiu sabiamente, permitindo se criasse tal departamento em torno do planeta. Há legiões compactas de almas irresolutas e ignorantes, que não são suficientemente perversas para serem enviadas a colônias de reparação mais dolorosa, nem bastante nobres para serem conduzidas a planos de elevação. Representam fileiras de habitantes do Umbral, companheiros imediatos dos homens encarnados, separados deles apenas por leis vibratórias”.
(O grifo é nosso.)

O Umbral e o Poço do Abismo

Sabemos pelo próprio Espírito Dr. André Luiz, em outros de seus livros psicografados, da existência de regiões no Mundo Invisível tidas como abismos, onde o sofrimento em que padecem as Almas ali situadas, provocado por elas mesmas, não possui vocabulário na Terra capaz de descrevê-lo com total realidade. João Evangelista, no Apocalipse, fala-nos também, por vezes, dessa zona inferior. Denomina-a, por exemplo, “poço do abismo” (capítulo 9). O que de lá sai não é agradável aos Seres Humanos. Tanto que o Livro das Profecias Finais menciona que o local é mantido trancado, podendo ser aberto, por ordem de Jesus, apenas por Altas Dignidades Espirituais para pagamento cármico dos erros dos seres da Terra, quando desencarnarem, e dos habitantes desse sítio infernal, de que um dia serão finalmente libertados, após cumprir suas sentenças. Enquanto isso, vez por outra, eles têm certa função, de acordo com o que lemos nos versículos de 1 a 3 do capítulo 9 do Apocalipse:

“1 O quinto Anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu na Terra. E lhe foi dada a chave do poço do abismo.
“2 E, com ela, abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça de grande fornalha, e com a fumaceira saída do poço o sol e o ar escureceram.
“3 Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e lhes foi dado poder como o que têm os escorpiões da terra”.

Umbral, escola de reconquista

Vemos, nos relatos de André Luiz, a Lei de Justiça Divina atuando pela correção de cada Espírito em dívida com a Regra Celeste do viver adequadamente. No entanto, o próprio mensageiro espiritual, em outro livro de sua autoria, Libertação (*b), no capítulo “Ouvindo elucidações”, comprova a existência — ao lado da Lei de Justiça, da Lei do Amor de Deus, Lei da Graça e do Perdão — que não condena Seus filhos à desgraça eterna. O Umbral é severa escola de reconquista para o Bem, de onde o mau aluno sai quando se redime diante do Criador. Fala o Ministro Flácus:

— “As almas decaídas, contudo, quaisquer que sejam, não constituem uma raça espiritual sentenciada irremediavelmente ao satanismo. (O grifo é nosso.)

Perante essas palavras do Ministro, fica clara a revelação do nobre Espírito Dr. Bezerra de Menezes quando define, por intermédio da psicografia do sensitivo da Religião de Deus Chico Periotto:

— “Umbral também é Caridade”,

para os que necessitam elevar-se na passagem para o Reino Celestial.

De sua parte, Flexa Dourada, Espírito, dá o seu recado:

— “Devemos fazer tudo o que podemos, pois Deus nos dá Luz e Sabedoria. (...) Com isso, salvaremos o mundo, preparando outro mundo, novo, transformando-o, melhorando-o a duras penas”.

Isso nos faz lembrar a Grande Tribulação de que nos fala Jesus (Evangelho, segundo Marcos, 13:14 a 20).

O ensinamento que perdura é este: quem souber analisar a história pelo ponto de vista espiritual poderá entendê-la acima dos paradoxais aspectos humanos.

Ainda da parte do ilustre Dr. Bezerra, estes ensinamentos e incentivos:

— “Na prece encontramos Deus e Ele sempre abre os caminhos aparentemente fechados. Portanto, Prece e Ação sempre. Felizes daqueles que continuam a persistir na lide da Boa Vontade mundial. O ato de perseverar representa o sucesso garantido, por antecipação, no Plano das Formas”.

Voltaremos ao assunto.

Jesus e a verdadeira Paz

Recordo-me de que, ainda na Chave 17, Zarur arguiu e respondeu:

— “Que é que os homens poderiam esperar, depois de tantos séculos de crimes e loucuras? Disse um pensador*¹ que, depois da desintegração dos átomos, os homens partiriam para a desintegração das almas. É exatamente o que significa o próximo Armagedom: a loucura total. Quem poderia então restaurar a Lei do Amor entre os povos? Quem poderia implantar neste mundo a verdadeira Paz? Só Jesus, e mais ninguém.

Jesus! Aquele que revelou:

— “Conhecereis a Verdade (de Deus), e a Verdade (de Deus) vos libertará das verdades dos homens” (Evangelho, segundo João, 8:32).

Sim, trata-se da Verdade de Deus, aquela que o Divino Cordeiro nos veio transmitir, pois a dos homens pode variar conforme os mais indescritíveis interesses.

Aliás, recomendou o Buda:

— “Não devemos considerar nossa verdade como infalível”.

Emmanuel, na abertura de Missionários da Luz (*c), livro do Espírito André Luiz, igualmente na psicografia de Chico Xavier, adverte:

— “Ninguém, contudo, perturbará a lei divina; a verdade vencerá sempre e a vida eterna continuará ensinando, devagarinho, com paciência maternal”.

Instrução do Cristo Ecumênico à Humanidade

O Mestre Amado disse em Seu Evangelho, segundo Mateus, 10:16 a 22:

“16 Eu vos envio como ovelhas ao meio de lobos*². Sede, portanto, simples como as pombas, prudentes como as serpentes”.

Prudentes, jamais covardes, e nem para servir de alimento aos lobos, como lhes referi nos capítulos “A Missão dos Setenta e a Lição do Lobo”, que lhes tenho também apresentado no rádio, na televisão e atualmente na internet. Por isso, Ele nos sugere estratégia e tática:

“17 Guardai-vos dos homens, acautelai-vos com eles; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nos seus templos;
“18 por minha causa sereis levados à presença de governadores e de reis,”

Para quê?!

“para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios”. (Grifos nossos.)

Não fuja do dever com o Cristo, porque o tempo corre

Abro aqui parênteses para relembrar-lhes esta importante e alentadora passagem dos Atos dos Apóstolos do Cristo de Deus, 1:8:

— “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da Terra”.

Entretanto, como é que Você pode levar o testemunho de Jesus se não aparece, se foge do compromisso com o Cristo de Deus, desperdiçando o valioso tempo de sua vida? Atente para este alertamento de Virgílio (70-19 a.C.) quanto à preciosidade do momento que passa, e não espera por ninguém:

— “Mas ele foge; irreversivelmente o tempo foge”.

Já lhes expliquei: é óbvio que sermos açoitados não significa somente a violência física do poder corrupto. A todo instante é possível testemunhar Jesus, seja onde for, na televisão, no rádio, na imprensa, na internet, no hospital, às vezes sob o açoite do desprezo, da calúnia, da mentira, da perseguição, do deboche. Todavia, o espírito que prega o ódio e se compraz na destruição dos semelhantes — alma sectária, soberba, radical — está, apesar das aparências em contrário, perdendo a sua força no mundo, porque os fatores do Bem são obstinados, querem extinguir o ambiente da maldade e vão fazendo acontecer o que a Justiça Divina determina para os povos.

O Espírito Santo falará POR NÓS

Voltando ao Evangelista Mateus, 10:16 a 22, ouçamos o que Jesus afirma para nosso conforto:

“19 Quando, pois, vos entregarem, não vos inquieteis com o que haveis de falar; porque naquela hora vos será dado o que haveis de dizer;
“20 porquanto não sois vós que falais, mas é o Espírito de vosso Pai o que por vós fala”.

Então, novamente lhes pergunto: o que temer?! O Poder Supremo é que falará a nós e por nós, espiritualmente nos movendo. Sermos humildes diante da Verdade é, pois, nosso dever. E sempre valorosos, porque o espírito de humildade é o espírito da coragem.

“21 Irmãos entregarão à morte seus irmãos, pais a seus filhos; filhos se levantarão contra seus pais, e os farão morrer.”

A História está repleta desses exemplos macabros.

A glória suprema

“22 Sereis odiados de todos por causa do meu nome. Contudo, quem perseverar até o fim será salvo.”

“Sereis odiados de todos por causa do meu nome.

Mas essa é a glória suprema para o seguidor perseverante do Cristo. Não que o discípulo (ou a discípula) seja sadomasoquista, isto é, faça os outros sofrer ou goste de se martirizar. Nada disso. É que a revelação de Jesus aos que O testemunham, a despeito das condições mais difíceis, é como uma preparação para os que perseveram na empreitada apostólica, mesmo que todo o mundo se vire contra eles. Revelando-lhes as situações que enfrentariam, o Amigo Celeste os preservou, e preserva ainda, de serem apanhados de surpresa. E aqui residia, e reside, o perigo de que o Mestre os procurava, e procura, livrar.

Está muito claro: o que desejava, e deseja, o Divino Senhor, de todas as formas alertando-nos, foi, e é, dar a Seus fiéis segurança no caminho, porquanto, ao final de tudo:

— “Quem perseverar até o fim será salvo”.

E esta continua sendo, juntamente com o Evangelho, a missão do Apocalipse de Jesus: salvar, mesmo que dentro das mais penosas circunstâncias dos Tempos chegados, a todos os que a si permitirem escutar o Seu recado e, firmes, continuarem na tarefa.

“10 Então ouvi grande voz do céu, proclamando:
“Agora veio a Salvação, o Poder, o Reino do nosso Deus e a Autoridade do Seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.
“11 Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Divino Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram, e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida
(Apocalipse, 12:10 e 11).

Preparação para a Prece

A nossa ambição

Jesus, Nosso Mestre, Guia e Chefe, perseverar em Ti é o que almejamos a todos a quem temos Amor e até mesmo para os que nos pensam odiar. A primeira vítima do ódio é aquele que odeia. O ódio é arma voltada contra o peito de quem o agasalha no coração. Portanto, devemos seguir Tuas Santas Lições, ó Cristo Estadista!, a respeito da persistência de cada um em Tuas palavras e exemplos, a fim de que sejamos salvos por Ti, que és “o Pão que desceu do Céu” (Evangelho, segundo João, 6:51).

O escritor e compositor italiano Ugo Foscolo (1778-1827) pensava, acerca da ira, também desse modo, ao dizer:

— “O ódio é ao mesmo tempo a cadeia mais pesada e mais abjeta com a qual o homem pode prender-se ao homem, visto serem os seus elos formados pela cólera e pelo temor”.

A boa conversação e a Humanidade Invisível

Ó Sublime Chefe da Humanidade, Aquele que caminha na vanguarda da Divina LBV e da Religião de Deus, a Ti, Jesus, entregamos — como ontem, agora e sempre — os nossos destinos, posto que aprendemos que Tu és a Árvore e nós apenas os ramos, que nada poderão realizar sem Ti. O ramo arrancado do tronco morre e para nada mais serve, senão para ser lançado ao fogo (Evangelho, segundo João, 15:1 a 6).

Usa-nos, Jesus, como quiseres. Esta é a nossa ambição: põe em nossa Alma as palavras que desejas sejam ditas no comício permanente da Política de Deus, porque é necessário, Divino Senhor, reformar coração e mente humanos. Aliás, Jesus, testemunhar a Tua Boa Nova na Terra ajuda até os Espíritos, como nos lembra Chico Xavier:

— “Uma simples conversação sobre o Evangelho de Jesus pode beneficiar vasta fileira de ouvintes invisíveis”.

Como segredou o Apóstolo Paulo, o pregador dos gentios:

— “Sou fraco, mas tudo posso Naquele que me fortalece, Cristo Jesus” (Epístola aos Filipenses, 4:13).

Ganhar a Alma

(Diante disso, não temos o direito de reclamar nem pôr a culpa nos outros por nossos desacertos, porque a nossa força vem Dele, o Filho Primogênito do Pai Celestial.)

O que Jesus espera de nós

Vocês aspiram a acompanhar o Líder Celeste? O que Ele aguarda de nós?

“24 Então disse Jesus a Seus Discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo (ou a si mesma), tome a sua cruz, e siga-me.
“25 Porquanto, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa, esse
(ou essa) a achará.
“26 Pois que aproveitará o homem
(ou a mulher) se ganhar o mundo inteiro, e perder a sua alma? ou o que dará o homem (ou a mulher) em troca da sua Alma?
“27 Porque o Filho de Deus há de vir sobre as nuvens na glória de Seu Pai, com os Seus Santos Anjos; então retribuirá a cada um conforme as suas próprias obras.
“28 Em verdade, em verdade vos digo que alguns, dos que aqui se encontram, de maneira alguma conhecerão a morte, até que vejam o Filho de Deus vir no Seu Reino”
(Evangelho, segundo Mateus, 16:24 a 28)*³. (Grifos nossos.)

Eis o que Jesus, no Evangelho e no Apocalipse, espera de nós: dedicação total. Ele mesmo avisou:

─ “(...) Quem comigo não junta espalha” (Evangelho, segundo Lucas, 11:23).

“A Escolha Urgente”

Divinamente inspirado, o saudoso Irmão Alziro Zarur legou-nos este belíssimo soneto. Disse Jesus: “Ninguém pode servir a dois senhores: não podeis servir a Deus e a Mamom”. (Evangelho de Jesus, segundo Mateus, 6:24)

Tempos de treva, de pecado e injúria,
Tempos do mal e de ignomínias vis,
Agora é inútil toda a vossa fúria,
Porque minha alma é de Jesus, que a quis.

Todas as quedas, toda a vã luxúria,
De Satanás as tentações sutis —
Tudo passou... Porque hoje sou feliz,
Vivendo a vida sem temor e incúria.

Bendito sejas tu, Deus dos eleitos,
Que em teu Amor nos fazes tão perfeitos,
Invulneráveis nesta vida insana!

Soldado teu, Alfa e Ômega de tudo,
Hei de lutar, visando, sobretudo,
À regeneração da raça humana!...

O Apocalipse nos revela o que estava oculto

Enfim, aqui permaneceremos estudando, ó Jesus!, com toda a humildade, o Teu Majestoso Apocalipse, que se encontra em toda a Bíblia Sagrada, conforme temos demonstrado há décadas. E não foi feito para apavorar os povos com os caminhos obscuros do mistério, mas para iluminar as estradas das nossas vidas, porque Apocalipse significa Revelação. Se é Revelação, mostra-nos o que estava oculto. E se tirarmos o véu do que se achava encoberto, perderemos o medo de todas as coisas.

Jesus nasce e renasce todos os dias nos corações de Boa Vontade. E volta nas ações das criaturas que cultivam o Seu ideal no Bem.

O encanto da Vida

O saudoso Irmão Zarur, na Prece da Ave, Maria!, diariamente pergunta: “Quem não tem um sofrimento qualquer, quem não chora a sua lágrima secreta?”.

Façamos, para fortalecimento da nossa Alma — que tem em si mesma o sinete da vitória espiritual, o selo do Criador, que quer o Bem das criaturas —, a Prece do Pai-Nosso. Ela é a Oração Ecumênica de Jesus, o Cristo de Deus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, o Condutor Supremo da Humanidade. Mesmo que as nações não o percebam, porque ainda não o conhecem devidamente, o Mecanismo Divino conduz, não apenas a vida dos Seres Humanos e Espirituais, deste ou de outros orbes ou de outras dimensões, porém de todos os Universos.

A Prece do Pai-Nosso

Pai Nosso, que estais no Céu, santificado seja o Vosso Nome.
Venha a nós o Vosso Reino.
Seja feita a Vossa Vontade assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia dai-nos hoje.
Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoarmos aos nossos devedores.
Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal, porque Vosso é o Reino, e o Poder, e a Glória para sempre! Amém!

Ó Jesus, cuja misericórdia nos sustenta!

A Tua Misericórdia, Mestre Divino, é que ampara e entusiasma todo o nosso esforço pelo ininterrupto avanço da Boa Vontade de Deus entre os corações. O maior milagre que o Criador do Universo aguarda de Suas criaturas é que aprendam a amar-se umas às outras como Ele permanentemente nos ama. O Amor Fraterno é essencial à vida. Quando há verdadeiro Amor tudo dá certo. Um exemplo?! Ao sermos movidos pelo espírito de Caridade, se levarmos um remédio a um enfermo, ele trará um melhor resultado àquele que está sendo socorrido. O Bem é o encanto da existência humana e espiritual. E Deus quer o nosso benefício, não segundo a estultícia terrena, contudo, de acordo com a Sua Sabedoria Excelsa. Por isso, pregamos o imperativo urgente da União das Duas Humanidades, preconizada por Alziro Zarur e que aqui defendemos. Portanto, a da Terra com a do Céu. Que para sempre seja guardada em todos os corações esta surpreendente realidade: a ação constante do Estadista Sublime, que és Tu, Senhor de nossa autêntica ventura! Nunca estamos abandonados. Nossos Anjos da Guarda permanecem ao nosso lado. É o galardão com que o Governo Invisível felicita os seres terrenos, porquanto concretiza a profecia apocalíptica da junção das dimensões que prosseguem separadas em aparência, mas que estarão claramente unidas com o baixar ao orbe terrestre da Jerusalém Celestial (Apocalipse, 21:2).

Ó Jesus, Tu trazes a fórmula perfeita para conciliar as Almas com a felicidade perpétua, nascida da Fé Realizante, geradora das Boas Obras que Tu pregas com o Teu Novo Mandamento de Amor Divinal (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35; 15:12 a 17 e 9).

E, no Livro das Profecias Finais, a confirmação encorajadora da Tua Volta Triunfal, que a muitos surpreenderá, não obstante todos os avisos que, pelos milênios, mandaste ao mundo:

— “Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente venho sem demora. Amém, Ora vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse, 22:20).

Ó Senhor!, diante disso, clareia o nosso Espírito, conforta o nosso coração, fortalece o nosso íntimo, para que persistamos até aquele dia esplendoroso.

E agora, Celeste Provedor das nossas mais justas súplicas, Tu que és o Amor que nunca morre, acolhe o pedido que neste instante vamos fazer-Te. Atende-o, Mestre dos mestres, na exata razão do nosso merecimento, porque Tu mesmo ensinaste que — cada um é merecedor do prêmio ou da reprimenda consoante às próprias realizações.

Graças, Senhor!

Dá-nos a Divina Paz que prometeste àqueles que vivem o Teu Novo Mandamento:

─ “Minha Paz vos deixo, minha Paz vos dou. Eu não vos dou a paz do mundo. Eu vos dou a Paz de Deus que o mundo não vos pode dar. Não se turbe o vosso coração, nem se arreceie. Porque Eu estarei convosco, todos os dias, até o fim do mundo!" (Evangelho, segundo João, 14:27 e 1; e Mateus, 28:20).

Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra aos Homens e Mulheres, Jovens, Crianças e Espíritos da Boa Vontade de Deus!

Quem confia em Jesus não perde o seu tempo, porque Ele é o Grande Amigo que não abandona amigo no meio do caminho.

Louvado seja o Cristo Ecumênico, o Estadista Divino, por toda a eternidade.

Salve o Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho e do Apocalipse de Jesus, compreendido e vivido em Espírito e Verdade, à luz do Mandamento Novo do Supremo Comandante da Humanidade, que disse: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos tenho amado. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos. E não há maior Amor do que este: doar a própria Vida pelos seus amigos”.

Deus está Presente!
Viva Jesus em nossos corações para sempre!
Que assim seja!

Esperamos contar com a atenção assídua de Vocês. Grato!
Louvado seja Deus!

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*¹ “Disse um pensador...” — Trata-se, revela Paiva Netto, do escritor e humorista irlandês Bernard Shaw (1856-1950), citado por Marques da Cruz no seu livro Profecias de Nostradamus.

*² A respeito do assunto, Paiva Netto escreveu A Missão dos Setenta e a Lição do Lobo. Um dos próximos lançamentos da Editora Elevação. Não perca!

(*a, b e *c) Editora FEB.

*³ Leia explicação de Paiva Netto sobre o versículo 28 do capítulo 16 do Evangelho de Jesus, consoante Mateus: “Em verdade, em verdade vos digo que alguns dos que aqui se encontram, de maneira alguma conhecerão a morte, até que vejam o Filho de Deus vir no Seu Reino”, no seu livro Somos todos Profetas, no capítulo “Geração Humana e Geração Espiritual”, também publicado na revista LBV, nº 13, em setembro de 1984. Esse comentário foi anteriormente ao ar, em 16 de julho de 1983, no Programa Boa Vontade, de Paiva Netto, pela Rede Bandeirantes de Televisão, Band.

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.