O dom da Vida

Fonte: Reflexão de Boa Vontade extraída do livro “A Esperança não morre nunca”, de abril de 2020. | Atualizada em fevereiro de 2022.

O sofrimento é uma realidade. Mas deverá ser eternamente assim? A Vida é um dom de Deus. O ser humano, porém, precisa reconhecer o próprio valor, que se inicia no Plano Espiritual, de onde todos viemos e para onde, na hora certa, determinada por Deus, todos voltaremos. Quando se fala em desenvolvimento da autoestima da população, pensa-se, às vezes, somente no “desfavorecido da sorte”. Este, em diversas ocasiões, demonstra maior força de vontade do que o “bem situado”. Senão como explicaríamos a sua sobrevivência? Vejam o exemplo das mães pobres, quão guerreiras são! Há tanto tempo afirmo que a elite de um país é o seu povo; o que significa dizer que desse modo merece ser tratado, para que qualquer nação cresça.

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Não inveje “quem está por cima”. Enquanto se faz isso, não se avança. Até porque não é recomendado julgar as pessoas pela aparência ou pelo status social, sobretudo quando se leva em consideração as mais variadas questões psicológicas. Por isso, é importante ir além da ilusão da superficialidade, do estereótipo. Lembro-me de que, no colégio, aprendi que Eduardo VIII (1894-1972) — aquele que abdicou do trono da Inglaterra porque se apaixonou pela norte-americana Wallis Simpson (1896-1986) — tinha, digamos, uma tremenda baixa autoestima. O pai, George V (1865-1936), que era dominador, não acreditava nele. Reparem que se referia a um integrante da família real inglesa. Entretanto, não são aspectos exteriores que definem os seres humanos. Todos têm seus dramas e carecem da Infinita Misericórdia de Deus.

Jamais se esqueçam de que a verdadeira fortaleza nasce do nosso íntimo espiritualmente sustentado no Supremo Criador. Ela se encontra no poder imanente da consciência em paz consigo mesma. Logo, a prece é um fator essencial para nos fortificar. Não é esconderijo de covardes.

Claudia Van Zyk/Unsplash

Diálogo com o Altíssimo

Orar robustece! Por isso, dedico a vocês esta súplica que Jesus elevou ao Pai, no mais impactante momento de Seu Sublime Ministério Crístico: A Oração Sacerdotal (Evangelho, segundo João, 17:1 a 24). Nas horas que antecediam a Sua infame crucificação, o Divino Amigo encontra forças suficientes para, em Seu diálogo com o Altíssimo, rogar por aqueles que o Pai havia entregue à Sua incomparável responsabilidade. Ele pede que todos igualmente participem, com Ele, da Glória Celeste com que foi distinguido desde a fundação do planeta. O Senhor de nossas vidas assinala o desejo de propiciar a ligação, ainda que incipiente, das inteligências encarnadas e desencarnadas — a União das Duas Humanidades, ou seja, a do Mundo Espiritual com o material. E isso ocorre quando o mais doloroso quadro de ingratidão se desenhava no cumprimento de um sacrifício extremado, na mais significativa demonstração de Amor e Compaixão a que este mundo já assistiu.

Em Joias do Bom Pensamento, antiga publicação da LBV, o saudoso Irmão Alziro Zarur (1914-1979) fez magistral síntese dessa tocante

Oração de Jesus ao Pai — Oração Sacerdotal*

“Pai, é chegada a hora. Glorifica Teu Filho, para que o Filho Te glorifique; pois Lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que Ele conceda a Vida Eterna a todos os que Lhe deste. E a Vida Eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único e verdadeiro Deus, e ao Cristo que enviaste. Eu Te glorifiquei na Terra, consumando a obra que me confiaste para fazer. E agora, ó Pai, glorifica-me Contigo mesmo, com a glória que Eu tive junto de Ti, antes que houvesse Terra. Revelei Teu nome aos homens e mulheres que me deste do mundo. Eram Teus, e os confiaste a mim, e eles estão vivendo de acordo com a Tua Palavra. É por eles que Eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste do mundo, porque são Teus. Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que Eu vou para junto de Ti. Pai Santíssimo, guarda-os em Teu nome para que eles sejam UM, como nós somos UM. Quando Eu estava com eles, sempre os protegi, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. Não peço que os tires do mundo, mas que os protejas do mal. Santifica-os na Verdade: Tua Palavra é a Verdade. Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que creram em mim por meio da Sua pregação. Eu lhes transmito a glória que me deste, para que eles sejam UM como nós somos UM. Pai, minha vontade é esta: onde Eu estiver, estejam também comigo aqueles que me deste, para que participem da glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.”

Tela: Pascal Dagnan-Bouveret (1852-1929)

Detalhe da obra: A Santa Ceia.

Que essa sublime mensagem tenha feito bem a você, para que confie ainda mais na preciosidade que é a sua existência! E vamos em frente porque Deus Está Presente!

E, se for ateu, prossiga adiante, mas fazendo o Bem, pois vale a pena viver!

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Oração de Jesus ao Pai — Oração Sacerdotal — Boa Nova, consoante João, 17:1 a 6, 9, 11, 12, 15, 17, 20, 22 e 24.

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.