Mas quando os governos do mundo compreenderão isso?

Fonte: Reflexão de Boa Vontade extraída da revista JESUS ESTÁ CHEGANDO!, edição 125, de junho de 2016.
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Lucia Miguel Pereira

Afirmou a famosa biógrafa, crítica literária e tradutora Lucia Miguel Pereira (1901-1959) ao seu neto, Antonio Gabriel de Paula Fonseca Jr.: “Se eu puder te incutir a convicção de que a vida só é útil, só é digna, só é feliz quando dedicada ao cumprimento de um dever, não me terei esforçado em vão para educar-te”.

O povo a quem são negadas Educação, Instrução e Espiritualização Ecumênica torna-se fraco diante dos mais preparados. Ipso facto, sua pátria será dependente, escrava mesmo, das demais.

E não é bastante o zelo à cultura, clássica e/ou popular, pois é preciso que esteja aliada ao Sentimento Sublime que vem de Deus (entendido como Amor Ecumênico Solidário). Desprezar esse princípio é condenar as populações espirituais e terrestres ao pior cativeiro, em geral resultante em guerras de todas as expressões.

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Alexis de Tocqueville

Já concluíra, em sua obra A Democracia na América, o pensador e político francês Alexis de Tocqueville (1805-1859): “(...) É preciso que os legisladores das democracias e todos os homens honestos e esclarecidos que nelas vivem se apliquem constantemente a elevar as almas e a mantê-las voltadas para o céu”.

Contudo, convém repetir: quando os governos do mundo compreenderão isso? Creio ser necessário que estudem o Espiritualmente Revolucionário Novo Mandamento do Cristo Ecumênico (João, 13:34), o Democrata de Deus, Estatuto Celeste do bem governar. Não esquecendo de socorrer o corpo, elevar as Almas à conquista de seu direito à Cidadania Espiritual, a Cidadania Ecumênica. Exercer a Caridade do Mandamento Divino na administração pública; socorrer o povo em suas necessidades mais urgentes de educação, emprego, moradia, saúde, saneamento básico, transporte, qualidade de vida nos grandes centros, hoje, inundados por gases nocivos de toda espécie. Caridade é isto: bem servir os seus cidadãos. Já disse e repito: o poder só serve enquanto serve... ao povo.

Tela: James Tissot (1836-1902)

Título da obra: A Pesca Milagrosa.

A extensão da Caridade

Tela: Rembrandt (1606-1669)

O Apóstolo Paulo

As Boas Obras são Caridade não apenas na Religião, mas também na Ciência, na Filosofia, na Política, na Economia, no Esporte, na Arte, na vida pessoal e na coletiva. A Caridade é tão fundamental para a sobrevivência da criatura e da Humanidade, que a respeito dela assim definiu o Apóstolo Paulo, na Primeira Epístola aos Coríntios, 13:13: “Agora, pois, permanecem a Fé, a Esperança e a Caridade. Destas três, porém, a maior é a Caridade”.

Dr. Bezerra de Menezes

O benemérito dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, ilustre político brasileiro, conhecido como o Médico dos Pobres, em seu artigo “O Homem Carnal e o Espiritual”, publicado no jornal O Paiz, no século 19, classificou: “A Caridade é a sublime virtude recomendada pelo Cristo; ela unifica, individualmente, o Amor de Deus e o Amor do próximo”.

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Erasmo de Rotterdam

Erasmo de Rotterdam (?1469-1536) classifica a Caridade, no seu famoso Elogio da Loucura, como fator básico para a subsistência, por ocasião do Fim dos Tempos: “O Juiz de toda a terra (o Cristo), no último dia, (...) pedirá contas apenas pela administração de Seu legado, que foi a lei do amor e caridade”.

Lutero, Fé e Boas Obras

Aqui um texto de minha autoria, que publiquei em Reflexões da Alma (2003):

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Martinho Lutero

Um dos maiores questionamentos de boa parte daqueles que desejam a salvação espiritual é “O que mais agrada a Deus?”. O grande reformador Martinho Lutero (1483-1546) tem a resposta, citada pelo professor Leônidas Boutin: “Ter Fé verdadeira e inabalável na Palavra de Deus, que está contida nas Sagradas Escrituras. E quem tem verdadeiramente fé há de praticar Boas Obras, isto é, amará ao próximo, pois é impossível ter fé sem praticar Boas Obras, que são, assim, decorrências naturais e inevitáveis dela”.

Muhammad, o Profeta, e a prática do Bem

Exercitar o Bem é muito melhor. O contrário leva a criatura a lamentável estado de arrependimento, como demonstra o Profeta Muhammad“Que a Paz e as bênçãos de Deus estejam sobre ele” — no Corão Sagrado, versículo 12 da 32a Surata (A prostração): “Ah, se pudesses ver os pecadores, cabisbaixos, ante o seu Senhor! Exclamarão: Ó Senhor nosso, agora temos olhos para ver e ouvidos para ouvir! Faze-nos retornar ao mundo, que praticaremos o bem”.

Sobre o sublime ato de se doar ao próximo e suas consequências sociais, passemos a palavra ao pensador e político francês Alexis de Tocqueville (1805-1859): “A caridade dos indivíduos se dedica às maiores misérias, procura o infortúnio sem publicidade e, de maneira silenciosa e espontânea, repara os males. (...) Pode produzir somente resultados benéficos. (...) Alivia muitas misérias, sem produzir nenhuma”.

Por isso mesmo, asseverou o Cristo: “A cada um de acordo com as próprias obras” (Evangelho, segundo Mateus, 16:27).

Homens, povos e nações serão julgados por essa Divina Lei de Amor e de Justiça. 

José de Paiva Netto, escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta. É presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central. É autor de referência internacional na defesa dos direitos humanos e na conceituação da causa da Cidadania e da Espiritualidade Ecumênicas, que, segundo ele, constituem “o berço dos mais generosos valores que nascem da Alma, a morada das emoções e do raciocínio iluminado pela intuição, a ambiência que abrange tudo o que transcende ao campo comum da matéria e provém da sensibilidade humana sublimada, a exemplo da Verdade, da Justiça, da Misericórdia, da Ética, da Honestidade, da Generosidade, do Amor Fraterno. Em suma, a constante matemática que harmoniza a equação da existência espiritual, moral, mental e humana. Ora, sem esse saber de que existimos em dois planos, portanto não unicamente no físico, fica difícil alcançarmos a Sociedade realmente Solidária Altruística Ecumênica, porque continuaremos a ignorar que o conhecimento da Espiritualidade Superior eleva o caráter das criaturas e, por conseguinte, o direciona à construção da Cidadania Planetária”.